quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Aventuras de Alice no País.... da Casa Amarela


O matemático e escritor inglês Charles Lutwidge Dodson vai perdoar-me a intertextualidade. Até porque era ele detentor de um equívoco muito maior, para não dizer "pecado hediondo". Eu, de minha parte tomo apenas - a parte - o título por inspiração mesmo. Enquanto Carroll, de sua feita, tinha uma obsessão por ainda meninas. Alice Lidell, filha do chefe (ou da época: deão) da Christ Church, que deu origem à Universidade de Oxford, que tinha apenas dez anos de idade, foi sua paixão platônica mais duradoura.


Platônica. Pelo menos no que afirmam os livros. Embora seja de realidade muito matematicamente precisa a reação de Alice ao comer, primeiro, um pedacinho do bolo "com ansiedade" e depois se perguntar (em loucura - grifo meu) "E agora? E agora? - colocando a mão em cima da cabeça, a fim de sentir se estava crescendo ou diminuindo. E ficou bastante surpresa de ver que continuava do mesmo tamanho". Embora logo depois as paredes se estreitem e o céu lhe caia sobre a cabeça.

Instiste o autor, em título real: "Alice's adventures in Wonderland" - que em pouquíssimo tem a ver com o que serviu durante anos como título traduzido: "Alice no país das maravilhas". Onde já se viu! Maravilha é esse país debaixo dos trópicos onde nada se vê e ninguém é responsável por um número cada vez maior de adolescentes grávidas - perdoem-me os caríssimos ou nenhum leitor.

Mas estava a concluir o parágra, o senhor matemático, que "continuar do mesmo tamanho é o que geralmente acontece - e aí depende muito do ciclo ou insidência as oscilações de humores e fluxo regidos por luas - quando se come bolo, é claro;"

Em galhofa de singular pedantismo, analisa a reação da menina: "mas Alice estava tão acostumada a só esperar coisas extraordinárias que agora parecia maçante e enfadonho as coisas acontecerem de modo comum. Portanto, pôs mãos à obra e devorou o bolo de uma vez".

Segue-se ao parágrafo reações descompensadinhas de Alice. Não é de se estranhar que a Wall Disney tenha escolhido a cor "magenta" e sorriso tão cínico sem qualquer injustiça para com o gato. Terrível. Muito pertinho de um personagem de filme de terror.








Nota 1: A leitura é possível graças ao Círculo do Livro S.A. (São Paulo, Cx Postal 7413), que publicou a nova versão, em nada parecida com a anterior traduzida com superficialidade, concedida a nós mortais em versão mais "pura" por Sebastião Uchoa Leite.


Nota 2: Detalhe importante: Informa o Wikipédia, que Carroll, ou melhor, Lutwidge Dodson, jamais se casou.

Nenhum comentário: