terça-feira, 2 de outubro de 2007


A América Latina está onde o sol vai vindo. Está a estrela solar em todas as suas extremidades. Um pouquinho menos nos seus extremos norte e sul. Continentes e países banhados pela luz maior da natureza. A Casa Solar do nosso planeta. Abaixo da linha do Equador está a América do Sul e o Brasil. São muitos os paraísos deste mundo, mas o continente da fé e do amor à alegria natural é aqui. A Casa do Sol da linha do Equador. Onde não existe pecado, onde não existe tristeza, onde não há rigores do inverno ou melancolias do outono. Há chuva, lá isso há! Graus abaixo de zero que logo desaparecem da memória dos termômetros.


Porto de Galinhas é um desses paraísos tropicais. Há altas temperaturas e um calor escaldante. Há em cada recanto dessa casa solar, a cor amarela. A luz amarela e branca da luz do sol. Há o alaranjado-rubro do pôr-do-sol. Há a tarde violeta. Nessa Casa Solar, extremo do imenso continente solar, banhado pelo Oceano Atlântico, há a alegria vibrante da cor da realização. Da força do humano. Do Amor à vida.


Do encontro com a literatura. Que lembrou Frida - cem anos nascida -, 90 anos de Hermilo Borba Filho, 80 anos de Ariano Suassuna, 80 anos de Gabriel Gárcia Màrquez, 70 anos do gaúcho Moacyr Scliar, 50 anos sem a mexicana Gabriela Mistral, Nélida Piñon (nascida em 1937), Clarice Lispector (que há 30 anos nos deixou em carne, não em vida), Marcus Accioly e sua Latinomérica, Abreu e Lima e o editor de muitos José Olympio.

Lugar para Nélida Piñon declarar: "o autor escreve para conquistar as pessoas. Ninguém é feliz sozinho...". Onde Ariano Suassuna escolhe Cervantes que para o mestre apresenta uma única e mesma situação. A fantasia da realidade, que brutalmente se apresenta ao herói de maneira verdadeiramente cruel como aquilo que invariavelmente atinge Dom Quixote. "É por acreditar que todos agem como ele, de boa fé. Que a humanidade é digna e verdadeira como ele, que ele sofre agruras e enganos fatais. Ele, Dom Quixote, era incapaz de faltar com a palavra e, por isso, julgava os outros do mesmo jeito. O livro mostra como o mundo é mesquinho e que a generosidade é sempre punida".

Onde para Eduardo Agualusa é possível ver melhor a realidade da América Latina e o que têm a dizer suas vozes, ali representadas por escritores. Onde Luzilá Gonçalves Ferreira acredita na importância da interação que sempre defendeu o cearense César Leal. Onde é possível ver, há trinta anos, ele, Ariano, Brennand e outros do grupo em reuniões criativas dominicais. Que além de tudo serviram para desvelar a poesia delicada de Débora Brennand...

Onde Marcus Accioly emocionou-se com a platéia, como "Um Novo Velho do Restelo". Palavras do doutor e livre docente pela Universidade de Paris 3-Sorbonne Nouvelle, além de professor da Universidade Blaise Pascal, Chermont 2), Saulo Neiva. Tudo por causa de um canto lançado em 2001, que segundo o autor "levou 20 anos...". Trouxe-nos cinco séculos de história mal contada e vivida em pele nua de índio e americanolatino.

Onde a lua esteve presente em diferentes fases mas nunca encoberta por sombra nenhuma. Permitam o instante de tamanha alegria... De carecida epifania... Do encontro "ao vivo" com a comunidade da Casa Solar Amarela!!!

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