Canto dos Emigrantes
Com seus pássaros ou a lembrança de seus pássaros,
com seus filhos ou a lembrança de seus filhos,
com seu povo ou a lembrança de seu povo, todos emigram.
De uma quadra a outra do tempo,
de uma praia a outra do Atlântico,
de uma serra a outra das cordilheiras, todos emigram.
Para o corpo de Berenice ou o coração de Wall Street,
para o último templo ou a primeira dose de tóxico,
para dentro de si ou para todos,
para sempre todos emigram.
Alberto da Cunha Melo
*1942
+2007
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
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