“O Amor conforta como o Sol depois da chuva”
Shakespeare
Shakespeare
Há o homem de construir, por descoberta do Amor, aquele mundo ideal inexistente. Pois se há beleza ideal, ele insiste, há nela a esperança de estar seguro, um dia. Como Quíron, centauro notável e à exceção dos demais – embora com semelhante natureza selvagem e indomável – aceito por ter sabedoria e inteligência incomum, Miguel aponta para o futuro sua flecha envenenada mantendo firme suas patas ao chão.
Metade mito romântico na própria tragédia, a tragédia da primeira pessoa, metade “bon sauvage”, por natureza e mito de Russeau. Mito igualmente de Sagitário que remete à saga de Íxion, o intempestivo, que por fúria mata os convidados do próprio casamento com Dia, filha do ambicioso rei Dioneus, queimando-os em brasa. Íxion é condenado a errar pela vida, sem destino.
Na ausência de tino, Miguel reserva para si as mais difíceis escolhas. E seu lado bom selvagem faz com que se interesse por Lenora, viúva de certa semelhança com a bela figura de Hera, esposa de Zeus que, por perdão, recebe Íxion de volta ao Monte Olimpo. Ao descobrir as investidas, Zeus vinga-se do selvagem criando Néfele - o lado etéreo de Lenora - mulher feita de nuvem à figura e semelhança de Hera. Íxion, que vivia embriagado, se apaixona por ela. Dessa união nasce o Centauro, meio humano e meio animal.
Miguel e Lenora vivem na “selva urbana” em duelo da existência e condição meio humana. Por um lado, aspiram ao belo e ambicionam a evolução e por outro, o lado animal e infernal, estão atados à matéria. A Lua em Sagitário é um alerta, um pergaminho escrito no século XXI, para apontar o caminho a ser trilhado pelo bicho homem rumo ao desterro e à dor. Também serve para livrá-lo dele. Reserva no sotaque nordestino e nos trejeitos de amor a defesa dos lemas revolucionários: liberdade, igualdade e fraternidade.
Paulo Caldas há muito observa aspectos das desigualdades. Basta citar A Cor da Pele e O Sol além da minha rua. No seu aprendizado de ensinar, separa com os olhos os elementos a serem identificados pelo leitor, conduzido pelo autor com doçura, e até certo por ponto, generosidade. Por essa ordem, deteve-se às leituras da Lua, em sua visão trágica do menino crescido solto no mato e levado à cidade por circunstâncias da sua beleza e juventude. Um homem que recebe a máscara oferecida pela natureza.
Metade mito romântico na própria tragédia, a tragédia da primeira pessoa, metade “bon sauvage”, por natureza e mito de Russeau. Mito igualmente de Sagitário que remete à saga de Íxion, o intempestivo, que por fúria mata os convidados do próprio casamento com Dia, filha do ambicioso rei Dioneus, queimando-os em brasa. Íxion é condenado a errar pela vida, sem destino.
Na ausência de tino, Miguel reserva para si as mais difíceis escolhas. E seu lado bom selvagem faz com que se interesse por Lenora, viúva de certa semelhança com a bela figura de Hera, esposa de Zeus que, por perdão, recebe Íxion de volta ao Monte Olimpo. Ao descobrir as investidas, Zeus vinga-se do selvagem criando Néfele - o lado etéreo de Lenora - mulher feita de nuvem à figura e semelhança de Hera. Íxion, que vivia embriagado, se apaixona por ela. Dessa união nasce o Centauro, meio humano e meio animal.
Miguel e Lenora vivem na “selva urbana” em duelo da existência e condição meio humana. Por um lado, aspiram ao belo e ambicionam a evolução e por outro, o lado animal e infernal, estão atados à matéria. A Lua em Sagitário é um alerta, um pergaminho escrito no século XXI, para apontar o caminho a ser trilhado pelo bicho homem rumo ao desterro e à dor. Também serve para livrá-lo dele. Reserva no sotaque nordestino e nos trejeitos de amor a defesa dos lemas revolucionários: liberdade, igualdade e fraternidade.
Paulo Caldas há muito observa aspectos das desigualdades. Basta citar A Cor da Pele e O Sol além da minha rua. No seu aprendizado de ensinar, separa com os olhos os elementos a serem identificados pelo leitor, conduzido pelo autor com doçura, e até certo por ponto, generosidade. Por essa ordem, deteve-se às leituras da Lua, em sua visão trágica do menino crescido solto no mato e levado à cidade por circunstâncias da sua beleza e juventude. Um homem que recebe a máscara oferecida pela natureza.
orelha livro A Lua em Sagitário, de Paulo Caldas
Entre os dias 30, 31 de outubro e 01 de novembro, um evento irá reunir gente das artes plásticas, do teatro e da literatura. Será na Usina, localiza na Praça Faria Neves – a Praça de Dois Irmãos, ao lado do Horto Zoobotânico. O caríssimo Paulo Caldas lança a Lua em sagitário, sua novela comemorativa aos 25 anos de atividade literária. Será na quinta-feira, 01/11, dia de conhecer também o romance Guerrilha em Palmares de Luiz Berto. Premiado fora do País por Besta Fubana. A noite ainda reserva: O amor não tem bons sentimentos, peça de Raimundo Carrero, baseada no romance de mesmo nome que será encenada com a participação do próprio.
Um comentário:
amiga, se o feriadão permitir, estarei lá... vamos?
Postar um comentário