segunda-feira, 21 de julho de 2008

Cantou cantou

Passarinho,

canta de novo,

mansinho assim!



Vi que você ficou

Feliz, cantou cantou...

Tão bom quanto pra mim?



Ganhou tantinho de amor

Ganhou tantinho de mim

E canta canta... Sem parar.



Meus dedos longos

Em negros cachinhos


"Se te vejo

Tenho pressa

Se te tenho

Tenho medo"


Foi anel, passarinho

Meu corpo fininho

E longo, envolto no teu


O teu corpo tão firme

Nem por fração de segundo

Foi tímido, mudo ou inseguro


A visão do Paraíso

Deixou nas alturas

Que eu não tive

Qualquer "impulso"

De "felicidade adiada"


Não pensei refletir

Meditar, evitar,

Dizer não. Porque sim!


Tinha ali sintonia

Energia: Química, Física,

Biologia, toda matéria afim


Teu calor, e em mim

Essa temperatura

(Jeito "vulcão" de água pura)

Parece até que nasci assim.


Teu diapasão suave

Medindo vibração foi

Canção pura, que dura...

Continua tocando em mim


E aí você cantou

Criando melodia

Mostrou as estrelas

Quando já nascia o dia


Espantou a tristeza

A nuvem da dúvida

Toda feia incerteza

De Carnaval infeliz

Livrou-me do traje

fantasma. Despi:


Vesti fantasia de flor

Que você beijou nas

Pétalas e só não foi

A noite inteira porque

Minha "atitude" não deixou


Rego. E rogo por ser

Repetido o gesto noir

Suspenso prazer de

Gozo me fez levitar


Gostei 'inda mais de você

Porque teve atenção de não

plantar em mim semente

nem me fazer de chão


Vi foi o céu! pertinho de tu

E tu bem juntinho de mim


Canta de novo

No meu ouvido

Pode cantar sim!


Dessa vez não vou embora.

Fico um bocadinho mais,
Sem sombra de demora

Eu vou, eu já fiquei...

E estou...

Aí com você

Aqui comigo


Vou dizer passarinho,

Sai. Mas fiquei ninho.

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