Triste o destino das lagartas: enquanto os demais insetos esvoaçam, saltitam, correm e até cantam ao seu redor, elas têm que se contentar com uma silenciosa imobilidade...
Mas aquela lagarta parada ali, sobre uma folha, não parece incomodar-se com tamanha injustiça da Natureza. Ao contrário, muito conformada com seu destino, ela inicia lenta e ondulante marcha até uma outra folha, aonde chegará tempos depois, cansada como se tivesse viajado quilômetros!
Parece saber também o ofício que lhe está destinado: tecer fios finíssimos e com eles construir, em torno do próprio corpo, um abrigo. Assim, a lagarta põe-se a trabalhar sem nenhuma pena de si mesma.
O tempo passa e eis que o casulo está pronto. Dentro dele, mais imobilidade e mais silêncio do que nunca em toda a sua demorada vida de lagarta. E ela pensa:
- Que irá acontecer agora?
A voz do institnto, então, segreda-lhe que deve apenas esperar e, coisa que não é muito difícil para uma lagarta, ter paciência. Entrega-se, pois, a um profundo sono sem sonhos.
Ao despertar, descobre que se transformara em outro inseto. Despe devagar o seu roupão de seda e, como se houvesse treinado a vida inteira para isso, sobre aos céus movendo com graça as asas leves e coloridas como delicados mosaicos.
quarta-feira, 14 de maio de 2008
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