Mamãe-pintassilgo saíra do ninho para buscar comida e, ao voltar, teve a ingrata surpresa de encontrá-lo vazio.
Onde andariam seus filhotes? devia estar ela pensando, enquanto, cheia de angústia, voava por toda a floresta aos gritos, procurando-os.
E assim continuou ela, noite e dia, de árvore em árvore, de ninho em ninho, tentando em vão encontrá-los. Até que finalmente, certo dia, um pássaro informou-lhe:
- Parece que vi seus filhotes na casa do fazendeiro.
Com novas esperanças, o pintassilgo voou prontamente até a fazenda e reiniciou a busca. No telhado, não encontrou ninguém. E muito menos no pátio. Já começava a desanimar quando deu com uma gaiola pendurada a uma janela e, dentro dela, seus filhotes presos.
Assim que a reconheceram, puseram-se a piar ansiosamente, mas, por mais que usasse o bico e as patas, o pequeno pássaro não teve forças para partir as grades. Com um grito de desespero o pintassilgo partiu de volta para a floresta.
No dia seguinte, lá estava a mãe-pintassilgo de volta. Agarrou-se às grades da gaiola e contemplou os filhotes com o peito pesado de tristeza. Viera alimentá-los pela última vez com as ervas que trazia no bico e que ia distribuindo a cada um.
Era, na realidade, uma planta venenosa: sabendo o valor da liberdade, o seu coração materno preferiu , para os filhos, a morte.
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