Casa Amarela tem lugares que se freqüenta por hábito ou mais ainda "pós lei seca"" como a mercearia Nabuco, na esquina da rua com nome do patrono da Assembléia Legislativa com a rua da Harmonia. Além das picanhas na esquina dessa mesma rua com a Estrada do Encanamento.
Casa Amarela tem um movimentado centro comercial onde se vende desde tinta a eletrodomésticos, e importados que viajam do país onde acontece as Olimpíadas até aqui. Também vinis usados, massa de mandioca, flores, panelas e acessórios de cozinha
Tem cartório, vidraçaria, todos os bancos, delegacia, livraria, galerias e lojas daquelas mercadorias que alguém sempre precisa. Tudo por 1,99.
Casa Amarela tem um "sítio". O da Trindade. E um shopping, de mesmo nome, com uma loja especializada em cd's e dvd's da cena local. E uma lavanderia. Talvez mais.
Tudo isso esse aprazível bairro oferece. Locadoras? Não faz muito tempo, eu mesma tinha duas à disposição. Uma delas virou salão de beleza. Mas a outra continua ampliando sua oferta de lançamentos a cada novo fim de semana. Tem gráfica, loja especializada em celular. Tem até uma casa que, suspeito, seja lugar onde as pessoas vão para "renovar" as energias e deixar lá tudo que se compreende como "obsessão", numa rua de nome João Barbalho. Bom. Tudo isso, mais a comodidade de sediar uma das melhores escolas do Recife.
Festa de São João na referida escola é verdadeira jam session com músicos consagrados e que há pouco gravaram seus trabalhos na Europa. Ali estão, na condição de pais corujas ou assumidamente fãs da proposta de festa junina, que celebra ninguém menos que o rei do baião.
Casa Amarela tem tudo isso, e ainda tem loja com especiarias indianas. Incensos, bijouterias, jardins em miniatura, cristais, baguás, e outros facilitadores da circulação do i ching pela casa.
Agora tem também uma loja de vinhos e especiarias gastronômicas importadas com direito a self-service, cafezinho e doces especialmente preparados para o buffet de extremo bom gosto.
Casa Amarela ainda não tem um cinema - e olha que já teve dois: Rivoli e Albatroz - mas isso não deve demorar muito para se resolver de outro jeito... Tem uma mega-loja de produtos para festas e que, embora ainda ruim no atendimento, oferece coisas que - exceto ali - só se encontra na rua das calçadas e arredores, famoso "vuco-vuco" do centro do Recife.
Casa Amarela tem o morro da Conceição, o Alto José Bonifácio e o Alto José do Pinho. E uma das maiores populações de bairro do Recife em menos de dois quilômetros quadrados de área (cerca de 185 hectares).
casa amarela em frente ao Mercado que, supõe-se, deu origem ao nome do bairro
Não sei se sabem mas ganhou esse nome graças a idéia de um português de pintar na cor amarela a própria casa que ficava bem em frente ao terminal do bonde da linha vinda de Olinda e Recife Antigo.
Tudo isso mais uma vizinhança adorável. Já eu, que moro, até então, nesse (repito) aprazível bairro, tenho uma família que quando se junta é de uma afetividade e celebração que merece toda minha atenção, gratidão, Amor e respeito.
Por motivo de celebração do dia dos pais, a casa se enche de tios e primos, tias e primas, avó, bitio e bitia... de um jeito que eu nunca vi por aí. Pelo menos dois violões conectados num amplificador e um cavaquinho! Pandeiro e umas três ou quatro pastas com partituras bem organizadas, além das revistinhas com as cifras das mais variadas correntes musicais.Samba é o gênero preferido dessa turma. De vez enquando rola Beatles ou MPB tipo Ben Jor, Roberto "Velha Guarda" Carlos e Gilberto "que foi-Ministro" Gil. E ninguém abre mão da alegria de tocar uma do Pixinguinha. Elza Soares, Jamelão ou Gonzaguinha. Isso tudo rola depois de uma coleção de saladas, tira-gosto, camarão ao alho e óleo, amendoim, ovo de codorna e bolinho de bacalhau.O almoço é um desfile de lombos, saladas e gratinados do próprio peixe popularizado pelos portugueses - devidamente dessalgado - em posta alta. Uma delícia. A cantoria só é interrompida pelo café com bolo de rolo ou de laranja com cobertura de chocolate. E haja ceder ao pecado da gula. Nem um dos outros pecados, pelo menos nesse dia da semana, tem vez no cantinho da gente em questão. Uma verdadeira "Festa de Babete"!
A verdade é que ninguém, nem os mais tímidos ou comedidos - até racionais ou "menos atrevidos" - resiste a tanta música e celebração do "cantar a vida". Energia renovada para pedir licença e "ir à luta".
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